EXPLICAÇÃO SOBRE O EGO, O EU E O SELF, NO DIA 03 DE NOVEMBRO DE 2004

An iv12 Sol 11° Scorpio, Luna 18º Cancer Dies Mercurii – 00:54

Frater Goya:
Que tipo de dúvidas tem? Elas podem ser úteis pra mim.

T.’.:
O que você chama de ego e de eu?

Frater Goya:
Em termos mágicos, o ego ou pequeno Eu, na verdade é a parte mais baixa do ser humano, mais próxima do animal e instintiva.

T.’.:
Seriam os instintos mesmo?

Frater Goya:
Sim, mas também se estendem além deles.

T.’.:
Estendem quanto?

Frater Goya:
Por exemplo, uma pessoa que chamamos de egoí­sta, que só vê a si mesma no mundo, vive sob a ótica desse pequeno eu e isso já não é mais instinto, concorda? E o objetivo de muitas crenças, como o budismo, é a dissolução desse pequeno eu. Tentando afastá-lo o máximo possí­vel. Mas como eu disse, não há como matar sem morrer junto.

T.’.:
Sim.

Frater Goya:
Logo, tem que se deixar invadir pelo contato com o mundo, gerando tantas ligações que o ego fica tão pequeno no meio dessas ligações, que tende a se recolher ele vira mais um na multidão… Aí­ então é que se pode buscar o que Jung chama de Self.

T.’.:
Então ego e eu são a mesma coisa?

Frater Goya:
Ego ou pequeno eu, sim. é que em magia, o Self também é chamado de Eu Superior, ou seja, o ego seria o pequeno eu. Por isso chamei de ego anão.

T.’.:
ahn… era essa minha dúvida

Frater Goya:
Por que?

T.’.:
Se ego e eu eram a mesma coisa.

Frater Goya:
Se esse eu se refere ao eu inferior, instintivo, sim. Se for o Eu Superior, aí­ seria o Self.

T.’.:
Sei… entendi. Vou voltar numa pergunta… por que o altar tem q ser da altura do magista?

Frater Goya:
Da altura do umbigo.

T.’.:
Isso.

Frater Goya:

Isso tem a ver com a medida Áurea.

T.’.:
Ahn… nada a ver com egocentrismo, então?

Frater Goya:
Talvez não com egocentrismo, mas com o Eu.

T.’.:
Eu ou Self?


Frater Goya:

Veja: quando você vê o mundo, você o vê sob qual Ótica?

T.’.:
Sob a minha.

Frater Goya:
Logo, você é a medida de referência para tudo o que existe, certo?

T.’.:
Pra mim, é.

Frater Goya:
Logo, se você faz um altar para ser usado por você, ele deve refletir a sua medida de mundo.

T.’.:
Acho que estou entendendo. Acho.

Frater Goya:
Por isso eu não gosto de psicologia misturada com a magia. Porque essa é uma relação matemática, não psicológica. Quer ver? pela ótica do ego, fica complicado entender a magia, certo?

T.’.:
Fica complicado entender o que é ego pela própria psicologia, porque cada linha fala uma coisa…. com magia, então…

Frater Goya:
Exatamente. Agora veja a relação matemática. Existe uma perfeição na natureza. Alguns números regem o mundo que conhecemos.

T.’.:
Sim.

Frater Goya:
Por exemplo, o Pi = 3,141592. Ele aparece em inúmeros lugares.

Frater Goya:
Ou a regra Áurea = 1,618. O papel mais vendido do mundo, é o letter de 8 1/2 por 11 polegadas. Se você tira a razão entre eles é 1,618.

T.’.:
É… por isso o cara pira no filme PI…

Frater Goya:
Tudo que possui essa relação é estranhamente agradável aos olhos e à mente. A concha do náutilus (em espiral – figura à esquerda) é produzida por essa razão, assim como a distribuição das sementes do girassol. Se você medir sua altura, o joelho encontra-se a 1, 618 dela. Se você medir o braço, o cotovelo está a 1,618… e assim sucessivamente. Logo, o templo, quando é medido a partir do umbigo, remete diretamente a esses números.

T.’.:
Certo.

Frater Goya:
Portanto, pode se deduzir daí­, que o ego não é a única coisa que o magista tem que se preocupar na vida.

T.’.:
Sim.

Frater Goya:
É uma preocupação tão grande que a psicologia tem com o ego, que pesteou até a magia.

T.’.:
Hehehehe. Na realidade é porque é o objeto de trabalho.

Frater Goya:
O ego na magia é um item de trabalho, mas é um degrau na subida aos céus e não a escada inteira. Hoje, duas coisas atrapalham o progresso da magia.

1) a preocupação com a outra vida, como expiação de culpas;

2) a preocupação em matar o ego. E ambas refletem um mal maior. A falta de uma doutrina consistente no ocidente sobre a totalidade do ser humano.

T.’.:
A gente vê muita discussão em lista sobre a ‘eliminação do ego’… o que eu nunca vi foi chegarem a uma conclusão.

Frater Goya:
Claro que não chegam, Jung explica o porquê.

T.’.:
Por que não chegam à conclusão nenhuma?

Frater Goya:
Segundo Jung, a psique não pode conhecer sua própria substância. Logo, o ego não pode falar sobre o que é. Você vê como o ego é perigoso, que a pessoa fica tão absorvida nele, que não pensa em mais nada.

T.’.:
É o que você falou… fica o dia inteiro pensando em eliminar o ego e daí­ alimenta mais.

Frater Goya:
Exatamente. E isso é apenas o começo da brincadeira mágica.