21 de Junho de 2003

Campo Largo, 21 de Junho de 2003.
An iv11 Sol 29° Gemini, Luna 20° Pisces Dies Saturnii

Enochiano – Iní­cio 12:10 / Término 13:10
Atividade Mágica: Iní­cio 16:30 / Término 01:00 (dia 22)
Muitas coisas aconteceram hoje. Durante o dia conversamos muito e vários temas vieram à baila. Pude conhecer melhor cada um dos novos Fratri et Sorores numa condição informal.
Percebi que pela manhã estavam todos mais silenciosos do que no dia anterior, como se estivessem ainda digerindo a noite anterior. Teríamos ainda que resolver algumas questões de ordem prática, tais como partida dos Fratri DjehutMs, Zohar e Ptah,e se continuarí­amos até domingo ou não.
À medida que a manhã avançou, a conversa foi ficando mais solta e em pouco tempo, todos conversavam entre si. Os Fratri Searthn e Jibril subiram para saudarem o sol e depois o restante do grupo subiu para fazermos um teste com Enochiano.
O teste foi conduzido pelo Frater Apollo Pan 721 e resolveu se fazer um ritual. Os Fratri Jibril e Searthn auxiliaram-no. O objetivo era invocar determinado anjo e tentar perceber alguma manifestação.
Foi lida a sexta chamada para se evocar um anjo da tabela do fogo. Ficamos todos em silêncio e em seguida fomos orientados a fechar os olhos e perceber (ou pelo menos tentar) alguma mudança.
Demorei a fechar os olhos. Mantive-os apenas entreabertos, na maior parte do tempo.
Havia acendido um incenso, e do incensário quase não saia fumaça. Depois da chamada, começaram a sair dali grossos rolos de fumaça, e a impressão que tive é que o incenso durou bem mais que o normal.
Algo chamou minha atenção atrás da Soror Suriel. Percebi como se tivesse visto alguém de pé atrás dela, como num flash. Fiquei olhando algum tempo e depois fechei os olhos.
Permaneci assim alguns minutos e de repente percebi outro flash de luz, dessa vez algo semelhante a uma grande chama de isqueiro que se ergue como uma coluna e rapidamente se apaga.
Estava situada a uns dez metros do grupo, após a mesa de madeira feita pelos escoteiros ano passado. Fiquei olhando algum tempo e depois fechei os olhos.
Então me lembrei da promessa feita a Ruth. Havia levado o Óleo de Abra-melin, e pensei em ungi-los com o Óleo santo, fazendo um cí­rculo cortado por uma cruz.
Logo depois, percebi o Frater Apollo Pan 721, que traçava um cí­rculo e mais um sinal que não reconheci. Fechei novamente os olhos e me mantive silente.
Mais um flash agora do meu lado direito a uns cinco metros diante de um grande pinheiro, semelhante ao que apareceu ao redor da mesa.
Frater Apollo Pan 721 encerrou o ritual e pediu descrições, começando por mim. Pedi que fosse o último, e falei apenas por alto. Muitos descreveram apenas que sentiram aumento de calor e em alguns esse aumento foi especí­fico nas mãos. Os Fratri Searthn e DjehutMs viram a imagem de um cavalo. E outros ainda perceberam mudança ou parada do vento.
Comentei minhas impressões e pedi ao Frater Ptah que medisse com o aurameter os três pontos que visualizei. No primeiro deles (Atrás da Soror Suriel) o aparelho parecia uma hélice, marcando forte emanação de energia de algum tipo. O da mesa tinha também emanações embora mais fracas e o pinheiro menos ainda, embora pudesse ser medido.
Testamos outros pontos aleatórios para ver uma possí­vel influência do vento, mas o resultado foi negativo dessa vez.

Descemos almoçar e comentamos durante algum tempo a experiência. Decidimos apoiar uma sugestão do Frater Apollo Pan 721 de montar uma equipe para produzir rituais baseados no sistema Enochiano. A equipe seria composta por Goya, Jibril, Searthn, Apollo 721.

Durante a tarde falamos sobre muitos assuntos relacionados ou não com o C.I.H.. Soror Seren levou o Frater Ptah até o aeroporto, retornando em seguida. Nesse meio tempo, o Frater Searthn começou a parte das instruções sobre como funciona o sistema de tutores. Na metade da instrução a Soror Seren retornou. No final da tarde os Fratri DjehutMs e o Frater Zohar também viajaram.
Perto das 18:00 começamos as instruções sobre as quatro práticas do grau de neófito, visando auxiliar principalmente os membros do Rio, já que o contato fí­sico é muito importante na transmissão do conhecimento mágicko.
Aproveitei a instrução da Rosacruz para fazer com que cada iniciando ajudasse nas práticas de limpeza da chácara. Fiz o ritual no quarto do casal encerrando com a análise da palavra chave.
Em cada aposento um ou dois neófitos refizeram o ritual. Preciso ligar depois ao Williams para ter um retorno sobre a efetividade do ritual.
Mais tarde, decidimos aproveitar o tempo e fazer mais alguma prática que envolvesse todo o grupo. O Frater Jibril levantou a idéia de fazer um ritual de Goetia para invocação do Espírito de Amduscias, o 67º da lista de 72.
A idéia inicial era várias pessoas fazerem o ritual escolhendo outro espírito, ou ainda, enquanto um grupo fazia Goetia, outro fazia Enochiano.
Depois de muito discutir, ficou acertado que o Frater Jibril evocaria Amduscias, tendo como assistente os Fratri Suprema Indagatio e Calixto.
Eu fiquei num cí­rculo sozinho, e o restante das pessoas ficaria dividido em dois círculos, com um número í­mpar de pessoas dentro.
As sorores Ametista e Seren ficaram na casa. Usei o Óleo de Abra-melin para proteger a Soror Ametista, a mim e aos três operadores.
Cobri meu rosto com o véu do SAG e permaneci dentro do cí­rculo que havia traçado com a ponta da minha espada.
O que pude perceber durante o ritual foi variação no volume de sons ao redor, como se ora ficasse muito barulhento, ora muito silencioso.
Depois da segunda evocação, comecei a ouvir uma música indistinta e muito longe. Vi também alguma coisa se movendo ao redor do campo e indo em direção ao galinheiro ou ao curral.
Quando ele encerrou o ritual, todas as sensações desapareceram. O Frater Jibril prosseguiu então após um comendo meu, fazendo um ritual do pilar do meio. Todos, com exceção de mim, se reuniram ao redor do lampião. Fiquei ainda dentro de meu cí­rculo.
Durante a prática do pilar do meio, minha mente se desligou, como sempre acontece nesse ritual. Vi o grupo de um ponto qualquer visto de cima e circundei o grupo nessa visão espiritual.
Voltei a mim nas palavras finais do ritual, e quando olhei o Frater Searthn, vi alguém abraçando-o pelas costas. Era uma figura. Levantei o véu, esfreguei os olhos, mas a visão não se desfez. Quando Searthn se virou de perfil, a impressão era que carregava uma grande mochila apoiada nas costas.
Num instante compreendi porque ele andava estranho nos últimos dias. Realmente preciso ver como andam de rituais de proteção. Sem dizer mais nada para não alarmar o grupo, simplesmente o chamei e pedi que fizesse o RMBP. Depois disso, a figura desapareceu.
Me senti completamente exaurido depois do ritual. Tive a sensação de uma leve embriaguez. Fui cambaleante em direção à casa, onde tirei o balandrau e já guardei algumas coisas nos devidos lugares para facilitar a partida pela manhã.
Preciso dormir para me recuperar. Tenho a sensação que vai levar uns dias até o cansaço sumir. Vou dormir, isto é, se minha cabeça e meu espí­rito assim o permitirem.

Fr. Goya